Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura.
- Aristóteles.
É com a frase desse pensador, que chegava a ilustres conclusões pelo ócio produtivo, que inicio num momento de ócio construtivo, um texto sobre o principal dos deuses do Norte, nada mais nada menos que Oðinn. Claro que é praticamente clichê que um odinista dedique seu primeiro texto ao Alföðr então tentarei falar do Aulgingautr da forma mais inovadora possível, porém em hipótese alguma de forma terminativa, não será fácil e que Sigtýr me ajude.
A princípio devemos saber que ele é o Chefe dos Aesir, mas também é um xamã que trouxe o mistério das runas a luz do conhecimento, e também o Skald que trouxe a poesia ao coração de deuses e deusas, homens e mulheres, ao trazer o Óðrerir para nós, inspirando os mais nobres e assustadores sentimentos nestes seres. Ele também é Gangleri, o andarilho que pelos nove mundos aprende tudo que poderia saber sentado de seu trono, mas preferiu ver pessoalmente, sem se mostrar aos que o encontravam, por fim ele também era o Grímnir, um mestre em disfarces.
Logo imaginamos que a sua diversidade tenha sido origem de sua grandiosidade, mas em seu nome parte do seu mistério se revela. Óðr, tanto mais um dos nomes dele, quanto a raiz de seu próprio nome, quanto ainda o nome do ser que Freyja amava, tem sua tradução em muitas palavras e aqui vão algumas, loucura, fúria, pensamento, sentimento, música e poesia. Não é de se espantar que sua diversidade de aspectos derive de si mesmo, fazendo-o tão único e tão insano aos olhos dos sãos.
Oðinn mostra-se o destruidor da ordem imposta pela existência infrutífera de Ymir, que estagnava o mundo, ao destruí-lo junto de seus irmãos e assim criar um mundo habitável pode neste mesmo mundo a partir de duas árvores (da natureza) cria o primeiro casal de mortais, não estou falando de Adão e Eva!, e sim de Ask e Embla a quem deu seu presente a alma. Depois em guerra que inicia com os Vanir trás ao fim dela uma paz e completa por meio da troca de reféns um clã do qual já era líder os Aesir. É um líder sábio e severo, senhor dos juramentos e palavras que ele mesmo quebra e quando é exilado de suas próprias terras pelo seu próprio clã, retorna como senhor delas como se nunca as tivesse perdido.
Trata-se de uma figura que tem próxima de si o menos confiável dos deuses, Loki o deus das trapaças (e ai vem um monte de gente dizendo que ele não é um deus e etc ou que ele é o deus do fogo e blá, blá blá, mas o texto é meu e escrevo o que eu penso) mas mantém perto de Loki o mais estimado de seus filhos Thor, permitindo a Loki imaginar estar em vantagem quando na verdade é Oðinn que detêm as rédeas pela presença intimidadora de Thor.
Ele é caolho, por um sacrifício que deu muita sabedoria a ele, é traiçoeiro, pois nem só de sabedoria vive uma pessoa, é mulherengo já que as mulheres ensinam muitas coisas e cada uma a sua maneira que outra não ensinaria (já que homem é tudo igual alguém tinha que ser diferente rs), sempre se oculta em vários disfarces para saber quem as pessoas são de verdade na sua frente sem que mudem pela presença dele (e evitar hordas de mulheres e deusas furiosas rs) e por fim mesmo com tanto poder tem ao seu lado uma cabeça que lhe aconselha em muitas coisas e por meio da necromancia faz uma Völva revelar a ele muito sobre o futuro, afinal tem que ser muito idiota pra acreditar que mesmo sabendo tudo nunca se cometerá uma falha.
Ele começa as guerras que outros vão lutar e leva a vitória sem se expor a própria morte, ele deixa alguém tomar conta dos mortos, mas sempre participa da Caçada, ele é um pai, mas está longe de ser caridoso e amável, mesmo sendo o pai de todos. Ele é um líder, entretanto sabe se curvar quando precisa de algum conhecimento que só outra pessoa pode conceder a ele. Ele da à vitória assim como tira a vida dos que ganharam batalhas em nome dele, ele é o deus dos nobres, mas nem só de nobres é feito seu eterno exército, ele é um guerreiro e um diplomata, um líder e um pária, ele é honrado e é traiçoeiro, um xamã revelador de verdades que se oculta em inúmeros disfarces, ele é o caos fulminante que destrói a uma ordem tirânica e inerte, ele é a exaltação frenética que impõem uma ordem produtiva, ele é Oðinn.
- Heiðinn Hjarta