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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Acendendo a Tocha de Loki.

Boa tarde caros leitores! Este blog foi criado em Maio de 2010 e até hoje (quase seis anos depois) ele continua tendo acessos desde sua ultima postagem em Outubro de 2012, onde entendi que já havia alcançado o objetivo da minha motivação em desenvolver esse blog. Agora em 2016 voltei a publicar em um novo Blog pois entendi que muita informação deveria ser revisada e novas informações poderiam ser repassadas para frente, muito da minha opinião também passou por uma revisão, afinal estamos sempre mudando, e como um bom lokeano sigo mudando e ajudando os outros no meio Heathen a mudar, pensar e mudar, mudar a si próprios e a mudar aqueles ao seu redor, pois a vida se prova pela movimento e o que está parado não muda, e oque não muda morre. Então gostaria de agradecer os mais de 9 mil e 500 acessos e entre as 52 postagens durante esse período ativo de dois anos e o restante inativo que dura até hoje nesses 6 anos. Obrigado pela credibilidade, pelas críticas e pelo apoio. Vou continuar o trabalho de publicação e revisão de textos em um novo endereço que já possui novo material, continuo aberto para críticas, sugestões e elogios e espero que gostem do que vem pela frente. 

Segue o endereço do meu novo Blog Tocha de Loki.


Muito Obrigado e Far Vel!

- Heiðið Hjarta (César Gomes Robortella).

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ofício do Sacerdócio.

Boa quinta-feria caros leitores, estimados colegas, amigos e seguidores, alguns devem estar se perguntando o motivo pelo qual depois de tampo tempo estou voltando a postar, como a frase diz: " A ocasião faz o ladrão", mas não se trata de um furto ou roubo, pelo menos não meu, mas de muita gente que está furtando ou roubando a confiança alheia sem o preparo necessário. Eu não devo postar com a mesma freqüência que antigamente por já ter abordado inúmeros assuntos, mas quando eu observar necessário falar sobre um assunto o mesmo será feito, também deixo aqui um e-mail para que enviem suas dúvidas e sugestões, se bem que o mesmo pode ser feito aqui pelo blog em comentários, segue o endereço do e-mail: heidhinn.hjarta@yahoo.com.br Essa postagem visa não só adverti-los sobre os perigos do falso sacerdócio como também prepará-los para a situação de uma forma madura e útil na sua caminhada dentro da senda do neo/paganismo nórdico, então mãos a obra e boa leitura.

A princípio vamos ponderar os passos básicos sobre espiritualidade. Sabemos que a fé é algo completamente diferente da religião, estão ligadas, pois uma é instrumento da outra, mas elas podem existir independentemente uma da outra. Fé é a sua capacidade de crença em alguma coisa, seja numa divindade, numa profecia, num objetivo ou em você mesmo, a religião se mostra como uma organização e codificação de um grupo de crenças numa iniciativa meramente mortal justificada, verdadeiramente ou não, em inspiração divina em muitos casos. O interessante é observar que a fé para o indivíduo não precisa de um interprete, já na religião, sua manifestação coletiva e organizada, é necessária a presença de uma figura que faça isso. Entretanto a presença de um intérprete não garante a sinceridade do sentimento de fé de um indivíduo em meio a um grupo, que pode estar lá por mera convenção social ou para poder se identificar com uma faceta da sociedade. Logo concluímos que pode existir fé sem religião e que existe religião sem fé. Ponderado sobre isso, podemos avançar.

Nos antigos povos da Escandinávia surgiu com a evolução da sociedade a figura do Goði/ feminino Gyðja/ plural Goðar, que na maioria dos casos era representado pelo chefe de família, uma pessoa com experiência de vida suficiente para ter capacidade suficiente de ponderar, sob o uso do bom senso e conforme as crenças que regiam a fé daquela família, sobre as questões morais, éticas e espirituais da família, servindo como um guia espiritual pela sabedoria absorvida com o seu tempo de vida havia adquirido, por conta disso obviamente se tratava de uma figura de respeito na sociedade, e conseqüentemente com influência política, pois toda sociedade em maior ou menor grau é organizada de alguma forma política. Cabia a ele também exercer a coordenação dos ritos daquela família, logo cada família tinha seu sacerdote e a tribo por sua vez, formada por várias famílias, tinham como sacerdote o chefe tribal também um Goði. Para se ter uma noção do poder que os goðar alcançavam na sociedade, na Islândia onde ocorria, e de certa forma ocorre até hoje, o Alþing, a reunião que decide os rumos da Islândia e onde se julgavam os crimes e disputas judiciais, neste lugar eram os goðar que se pronunciavam. 

Ok, mas e o que você tem haver com tudo isso? Tudo depende do grau de consciência que você tem sobre esses fatos e a conseqüente importância que dará a eles. Com o ressurgimento da nossa fé desta forma atual e moderna com elaborados ritos, calendários, termos, e demais ofícios, com esta atual onda de oficialização de uma religião neo/pagã nórdica aqui no brasil, assunto do qual tratarei em postagem futura, muitas pessoas tem despontado com o "Título" de Goði/Gyðja. Essas nobres pessoas, algumas não tão sobres assim como vão poder observar, estão se dando ao trabalho muitas vezes voluntário outras por falta de alguém que o faça, de guiar kindreds/clãs/famílias, dentro da fé nórdica. Essas pessoas estão sendo responsáveis até certo ponto pelos rumos que o neo/paganismo vai tomar nessas terras a pelo menos duas décadas, e provavelmente mais. Entre estes respeitáveis membros temos neonazistas, wiccatru e aproveitadores da fé e falta de informação alheia, mas claro temos também as pessoas que com ou seu conhecimento têm boa-fé, boa índole, boa vontade, pessoas que realmente querem ajudar os seus próximos, a sua fé e honrar seus ancestrais e os Aesir, os Vanir e até os Jotnar, em alguns casos, e toda sorte de seres que se agreguem ao nosso universo espiritual.

Sabemos que você pode ter sua fé e não se preocupar com o que alguém te diz, é uma escolha, mas também não se pode reclamar que o caminho será mais árduo e com maiores chances de erro, entretanto cedo ou tarde os solitários acabam aprendendo, não importa o quanto isso demore. Também há aqueles grupos de pessoas que querem viver a experiência familiar, que é muito importante, mas não obrigatória, claro estas pessoas são mais dependentes desta figura sacerdotal, então você tem um indivíduo responsável pela fé e pelos pensamentos que vão influenciar diretamente as escolhas e reflexões de um grande grupo de pessoas, tecnicamente são responsáveis por parte da vida destas pessoas que confiaram o rumo de sua fé a este indivíduo, não somente isso mas também sabemos que indivíduos possuem pouco poder político em uma sociedade, mas coletivos não, logo o que pode um evangélico fazer a favor de sua fé e contra a dos demais? Nada podemos responder, mas e o que pode uma bancada inteira evangélica no Congresso Nacional fazer a favor de seus pastores e ovelhas e contra nós e os de outras crenças? Então agora você começou a entender o que você tem haver com tudo isso? De qualquer forma a escolha e o caminho pertencem a vocês, mas o indiferente não pode reclamar da guerra que bate a porta de sua casa quando já escutava as trombetas de longe. Então se queremos que nossa fé tome o melhor rumo para todos precisamos saber no "grupo todos" como essa maioria está sendo guiada e influenciada. Óðinn inspire essas almas a fazer o que é certo.

Logo, o que é preciso para ser um Goði/Gyðja? Muitas coisas, mas primeiro e mais importante de tudo bom senso e comprometimento, as questões pessoais não devem permitir que seu ponto de vista influencie a vida dos outros, é necessário maturidade não só para ajudar a guiar a fé de muitos, mas também o próprio comportamento, logo os Goðar devem sim ser exemplo não só na fé, mas na sociedade diante daqueles que os reconhecem como tal, do contrário o que diferencia efetivamente eles dos demais? Nada. Outro fator muito importante, eles devem se ver e se mostrar como iguais, ser diferente não significa nem ser superior ou inferior aos que te cercam, apenas acredita-se que seja mais esclarecido nesses assuntos. Também deve ter compromisso com as Divindades, com os ritos, consigo mesmo e com os demais, a negligência não é a marca desse tipo de pessoa, errar é humano, mas se dar ao luxo do erro por despreparo é pedir pela desgraça. Por fim duas armas poderosíssimas e aliadas de qualquer Goði ou Gyðja, conhecimento e sabedoria. O primeiro os livros vão poder te dar, o intercâmbio de informações também, mas o segundo, só a vida e peça para que corvos grasnem para você abrir o olho quando tiver a oportunidade de aprender, pois algumas lições não se repetem.

Enfim aos que seguem e aos que são seguidos, aos que adam juntos ou caminham sozinhos, ficam essas palavras, espero poder ter sido útil e clareado este importante assunto. Mais uma vez, que Óðinn inspire essas almas a fazer o que é certo.

Tenham uma boa semana e até a próxima postagem.

- Heiðinn Hjarta.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lokka Táttur - Texto em Faroense e Inglês.


Nesse texto podemos observar um lado pouco comum de Loki, sendo venerado e convocado como uma divindade, onde presta ajuda a um camponês aflito por perder seu filho para um Gigante por ter perdido uma aposta para o mesmo, Óðinn e Hønir também prestam seu socorro quando invocados mas só Loki resolve o problema, ao seu típico estilo engenhoso, não descaracterizando assim a divindade. Levando em consideração que não se trata de um texto traduzido por uma fonte claramente cristã como o caso de muitas Eddas e também pelo faroense estar tão próximo do nórdico antigo como o islandês, e devido a sociedade Faroense hoje ser cristã mas preservar no folclore de sua sociedade as lendas e costumes pagãos, chegando em muitos pontos a haver um sincretismo religioso, decidi por necessário mostrar essa visão não influênciada pelo monoteísmo e pela dualidade de bem e mal ao qual muitos mitos nórdicos estão atrelados. Não fiz uma tradução do texto mas a postagem anterior faz um resumo detalhado dos fatos, os créditos de texto original e tradução se encontram ao final de cada texto, bem como o link da fonte original. Boa leitura.

- Heiðinn Hjarta. 

Lokka táttur
1.
Bóndin og risin leikaðu leik,
risin vann og bóndin veik.
Stevi:

Hvat skal mær harpan
undir míni hond,
vil ikki frægur fylgja mær
á onnur lond.

2.
"Eg havi lúkað treytir mín',
nú vil eg hava sonin tín.
3.
Eg vil hava sonin frá tær,
uttan tú goymir hann fyri mær."
4.
Bóndin heitir á sveinir tvá:
"Biðið Óðin fyri meg inngá.
5.
"Heitið á Óðin Asakong,
tá man goymslan gerðast long."
6.
"Eg vildi, mín Óðin veri til,
vita hvussu goymslan ganga vil."
7.
Áður enn teir høvdu hálvtalað orð,
tá var Óðin inn fyri borð.
8.
"Hoyr tú Óðin, eg tali til tín,
tú skalt goyma sonin mín."
9.
Óðin fór við sveini út,
brúður og bóndi bóru sút,
10.
Óðin biður vaksa brátt,
akurin upp eftir eini nátt.
11.
Óðin biður vera svein,
mitt í akri aksið eitt.
12.
Mitt í akri aksið eitt,
mitt í aksi, byggkorn eitt.
13.
"Ver har í við onga pínu,
tá ið eg kalli, kom til mín!
14.
Ver har í við onga sút,
tá ið eg kalli, kom her út.
15.
Risin hevur hjarta hart sum horn,
ripar nú fangið fult við korn.
16.
Ripar nú korn í fang á sær,
og bitran brand í hendi bar.
17.
Og bitran brand í hendi bar,
hann ætlar at høgga sveinin har.
18.
Tá var sveini komin til sút,
byggkorn kreyp úr neva út.
19.
Tá var sveini komin til pína,
Óðin kallar hann til sín.
20.
Óðin fór við sveini heim,
bóndi og brúður fagna teim.
21.
"Her er ungi alvi tín,
nú er uppi goymslan mín."
22.
Bóndin heitir á sveina tvá:
"biðið Hønir fyri meg inngá!"
23.
"Eg vildi, mín Hønir veri til,
vita, hvussu goymslan ganga vil."
24.
Áður enn teir høvdu hálvtalað orð,
tá var Hønir inn fyri borð.
25.
"Hoyr tú Hønir, eg talið til tín,
tú skalt goyma sonin mín!"
26.
Hønir fór við sveini út,
brúður og bóndi bóru sút.
27.
Hønir gongur á grønari grund,
svanir sjey teir flugu um sund.
28.
Fyri eystan flugu svanir tveir,
niður hjá Hønir settust teir.
29.
Hønir biður nú vera svein,
mitt í knokki fjøður ein.
30.
"Ver har í við onga pínu,
tá ið eg kalli, kom til mín!
31.
Ver har í við onga sút,
tá ið eg kalli, kom her út!"
32.
Skrímslið loypur á grønari grund,
svanir sjey teir flugu um sund.
33.
Risin fell tá á sítt knæ,
tann fremsta svanin fekk hann har.
34.
Tann fremsta svanin hann av beit
hálsin niður í herðar sleit.
35.
Tá var sveini komin til sút,
fjøður smeyg úr kjafti út.
36.
Tá var sveini komi til pína,
Hønir kallaði hann til sín.
37.
Hønir fór við sveini heim,
brúður og bóndi fagna teim.
38.
"Her er ungi alvi tín,
nú er uppi goymsla mín."
39.
Bóndin heitir á sveinar tvá:
"biði Lokka fyri meg inngá!"
40.
"Eg vildi mín Lokki veri til,
vita, hvussu goymslan ganga vil!"
41.
Áður enn teir høvdu hálvtalað orð,
tá var Lokki inn fyri borð.
42.
"Tú veitst einki av mínari neyð,
skrímslið ætlar mín sonar deyð.
43.
Hoyr tú Lokki, eg talið til tín,
tú skalt goyma sonin mín!
44.
Goym hann væl, so sum tú kann,
lat ikki skrímslið fáa hann!"
45.
"Skal eg goyma sonin tín,
tá mást tú lúka treytir mín'!
46.
Tú skalt lata neystið gera,
meðan eg man burtur vera.
47.
Víðan glugga sker tú á,
jarnkelvi legg tú har í hjá!"
48.
Lokki fór við sveini út,
brúður og bóndi bóru sút.
49.
Lokki gongur eftir sandi,
sum skútan fleyt fyri landi.
50.
Lokki rør á igsta (ytsta) klakk,
so er í fornum frøði sagt.
51.
Lokki hevur ei fleiri orð,
ongul og stein hann varpar fyri borð.
52.
Ongur og steinur við grunni vóð,
snarliga hyggin hann flundru dró.
53.
Dregur hann eina, dregur hann tvá,
hin triðja, hon var svørt at sjá.
54.
Lokki biður nú vera svein,
mitt í rogni kornið eitt.
55.
"Ver har í við onga pínu,
tá ið eg kalli, kom til mín!
56.
Ver har í við onga sút,
tá ið eg kalli, kom her út!"
57.
Lokki rør nú aftur at landi,
risin stendur fyri honum á sandi.
58.
Risin mælti so orðum brátt:
"Lokki, hvar hevur tú verið í nátt?"
59.
"Lítla man eg hava ró,
flakkað og farið um allan sjó."
60.
Risin oman sín jarnnakka skjýtur,
Lokki rópar, at illa brýtur.
61.
Lokki talar so fyri sær:
"risin, lat meg fylgja tær."
62.
Risin tók sær stýri í hand,
Lokki rør nú út frá land.
63.
Lokki rør við langa leið,
ikki vil jarnnakkin ganga úr stað.
64.
Lokki svør við sína trú,
"eg kann betur stýra enn tú."
65.
Risin setist til árar at ró,
jarnnakkin fleyg um allan sjó.
66.
Risin rør við langan favn,
næstum Lokka aftur í stavn.
67.
Risin rør nú á ytsta klakk,
so er í fornum frøði sagt.
68.
Risin hevur ei fleiri orð,
ongul og stein hann varpar fyri borð.
69.
Ongul og steinur við grunni veður,
snarliga hyggin hann flundru dregur.
70.
Dregur hann eina, dregur hann tvá,
hin triðja hon var svørt at sjá.
71.
Lokki svør á sína list:
"risin, gev mær henda fisk."
72.
Risin svaraði og segði nei:
"nei, mín Lokki, tú fært hann ei."
73.
Hann setti fisk millum kníja á sær,
taldi hvørt korn, í rogni var.
74.
Taldi hvørt korn, í rogni var,
hann ætlaði fanga sveinin har.
75.
Tá var sveini komin til sút,
kornið leyp úr neva út.
76.
Tá var sveini komin til pína,
Lokki kallar hann til sín.
77.
"Set teg niður fyri aftan meg,
lat ikki risan síggja teg!
78.
Tú mást leypa so lættur á land,
ikki merkja spor í sand!"
79.
Risin rør so aftur til land,
beint ímóti hvítan sand.
80.
Risin rør at landi tá,
Lokki snýr jarnnakka frá.
81.
Risin skjýtur afturstavn á land,
sveinur loypur so lættur á land.
82.
Risin sær seg upp á land,
sveinur stendur fyri honum á sand.
83.
Sveinur leyp so lættur á land,
ikki merkti spor í sand.
84.
Risin leyp so tungur á land,
upp til kníja, niður í sand.
85.
Sveinur leyp sum hann kundi best,
leyp ígjøgnum faðirs neyst.
86.
Hann leyp ígjøgnum faðirs neyst,
risin eftir við fullgott treyst.
87.
Risin stóð í glugga fastur,
jarnkelvið í heysi brast.
88.
Lokki var tá ikki seinur,
hjó av risanum annað beinið.
89.
Risin heldur at tí gaman,
sárið grøddi snart til saman.
90.
Lokki var tá ikki seinur,
hjó av risanum hitt annað beinið.
91.
Hjó av honum, hitt annað bein,
kastaði millum stokk og stein.
92.
Sveinur hyggur á við gaman,
hvussu risin leyp bæði sundur og saman.
93.
Lokki fór við sveini heim,
brúður og bóndi fagna teim.
94.
"Her er ungi alvi tín,
nú er uppi goymslan mín.
95.
Eg havi hildið trú fyri vist,
nú hevur risin lívið mist."
(V. U. Hammershaimb, Færøiske Kvæder,
edited for the Nordiske Litteratur- Samfund, Copenhagen, 1851.)

Versão em Inglês:

Loki's Tale
1.
A peasant and a giant [held] a match,
The giant won and the peasant lost.
Refrain:

What avails me this harp
That is by my hand,
Will no stalwart man follow me
To another land ?


2.
"I have fulfilled my [end of the] bargain,
Now I will have your son.
3.
I will have the son of yours
You'll not conceal him from me."
4.
The peasant said to his lad:
"Bid Odin to step in for me."
5
"Summon now Odin the Asa-king (4),
Who can guard him, hid away for long.
6.
"I wish Odin wert right here,
And knew where to hide the boy!"
7.
Ere he hath said the word,
There stood Odin before the table.
8.
"Hark thou Odin, I bid to thee,
Thou shalt hide mine son for me!"
9.
Odin fared off with the boy,
The wife and the peasant were woebegone.
10.
Odin commanded a field of crop,
To grow tall after scarce one night,
11.
Odin commanded the boy become
A single ear among the crop.
12.
A single ear among all the crop,
A barley-grain amid one ear.
13.
"Lie in there, do not pain,
When I should hail, come to me!
14.
Lie in there, don't you fear
When I should hail, come hither out!"
15.
The giant has a heart as hard as horn,
He grasps a whole arm's-ful at the corn.
16.
He now grasps the corn in his sight,
Bearing a keen-biting sword in hand
17.
And bearing a keen-biting sword in hand
He sets out to mow the boy down.
18.
Then was the boy affrighted,
The barley-corn squirmed out of the fist.
19.
Then was the boy overcome with pain
Odin hailed unto him.
20.
Odin fared with the boy back home
The peasant and his wife gave them embrace.
21.
"Here I have the young son of yours,
Now I am done with hiding him."
22.
The peasant said to his boy:
"Bid Hønir to step in for me!"
23.
"I wish Hønir wert right here,
And knew where to hide the boy!"
24.
Ere he had said the word,
There stood Hønir before the table.
25.
"Harken Hønir, I bid to thee
Thou shall hide mine son for me!"
26.
Hønir fared off with the boy,
The wife and the peasant were woebegone.
27.
Hønir gang over the green ground,
Seven swans flew across the sound.
28.
Eastward flew two swans
They alighted beside Hønir.
29.
Hønir commanded now the boy to become
A single feather in the head of the swan.
30.
"Lie in there, do not pain,
When I call you, come out to me!
31.
Lie in there, don't you fear,
When I call you, come hither out!
32.
The monster gang over the green ground,
Seven swans flew across the sound.
33.
The giant dropt down on his knees
And grabbed the swan which was at the forefront.
34.
He took a bite out of the forefront swan,
Gashing its throat down to the shoulder.
35.
Then was the boy turned affright,
A feather slipped out of the giant's clutches.
36.
Then was the boy overcome with pain,
Hønir hailed unto him.
37.
Hønir fared with the boy back homeward,
The wife and the peasant gave them embrace.
38.
"Here I have the young son of yours,
Now I am done hiding him.
39.
The peasant said to his lad:
"Bid Lokki step in for me!"
40.
"I wish Lokki wert right here,
And knew where to hide the boy!"
41.
Ere he said the word,
There stood Lokki before the table.
42.
"Thou canst but imagine my dire need,
The monster means to have my son dead.
43.
Harken, thou Lokki, I bid to thee,
Thou shall hide mine son for me!
44.
Hide him so good, as well as you can,
So the lad can never captured be!"
45.
"If I am to hide your son,
You must do my bidding!
46.
You shall build a boathouse,
While I am gone away.
47.
You shall cut out a window wide,
And bar it with an iron rod!
48.
Lokki fared off with the boy,
The wife and the peasant were woebegone.
49.
Lokki appears over the strand,
With a skiff ashore by the land.
50.
Lokki rows out to the remotest fishing banks
That was told in the lore of yore.
51.
Lokki utters not another word,
He casts the hook and sinker overboard.
52.
He casts the hook and sinker overboard
And anon hauls in a halibut (helliflounder).
53.
He hauls in one, he hauls in two,
The third had a blackish hue.
54.
Lokki commands now the boy become,
An egg-grain in the halibut(helliflounder)'s roe.
55.
"Lie in there, do not pain,
When I call you, come out to me!
56.
Lie in there, don't you fear,
When I call you, come out hither!"
57.
Lokki now rows back towards land,
The giant awaiting in the sand.
58.
The giant asked him straightaway:
"Lokki, where have you been tonight?"
59.
"Little peace had I,
For I sailed and fared all over the sea."
60.
The giant rushes for the iron skiff,
Lokki shouts: "The waves are bad".
61
Lokki speaks, and here's what he said:
"Giant, let me tag along."
62.
The giant took the tiller by the hand
Lokki now rowed away from land.
63.
Lokki rows a good long ways,
But the iron skiff doesn't budge a bit,
64.
Lokki swears by the truth,
"I can steer one better than you."
65.
The giant then takes the oars,
The iron skiff sped over the sea.
66.
The giant rows a good long ways,
Nigh did Lokki to the sternpost stay.
67.
The giant rows out to the remotest fishing banks,
That was told in the lore of yore.
68.
The giant utters not another word,
He casts the hook and sinker overboard
69.
He casts the hook and sinker overboard
And anon did catch a halibut (helliflounder).
70.
He hauls in one, he hauls in two,
The third was of blackish hue.
71.
Lokki swears by his faith,
"Giant, let me have the fish"
72.
The giant replies and nay says he,
"No, my Lokki, you shan't have it."
73
He put the fish between his knees,
And counted each egg in the roe.
74.
He counted each egg in the roe.
He meant to catch the boy.
75.
Then was the boy turned affright,
And an egg leapt out of the hand.
76.
Then was the boy overcome with pain,
Lokki hailed unto him
77.
"Sit yourself behind me,
Let not the giant see you.
78.
You must leap lithely upon the land,
Do not leave a track in the sand!"
79.
The giant then rows back to land.
Straight into the white sand.
80.
The giant rows onto land,
Lokki turns 'round the iron skiff.
81.
The giant runs the sternpost aground on land,
The boy leaps lithely upon the land.
82.
The giant gave gaze to the land,
There stood the boy on the sand.
83.
The boy leapt so lithely on to land,
He left no track upon the sand.
84.
The giant leapt heftily on to shore,
Sinking knee-deep in the sand,
85.
The boy scurries away as best as he could,
Scurries right through his father's boathouse.
86.
He scurries right through his father's boathouse,
The giant, after him in hot pursuit.
87.
The giant gets himself stuck in the window,
Smashing his head on the iron bar.
88.
Loki then did not bide,
He struck off one of the giant's shins.
89.
To giant was rather amused by this,
The wound mended back to whole again.
90.
Loki then did not bide,
He struck off giant's other shin.
91.
He struck off the giant's other shin.
And tossed in-between, a stick and stone.
92.
To the boy was rather amused by this,
Watching the giant sundered to pieces altogether.
93.
Lokki fared with the boy back homeward,
The wife and the peasant gave them embrace.
94.
"Here I have the young son of yours,
Now I am done with hiding him.
95.
I've kept my words to you,
Now the giant has lost his life."
(translated using the Danish translation and Old Icelandic dictionary, and with the indispensible help of Anker Eli Petersen)



quinta-feira, 17 de maio de 2012

Loka Táttur - A balada de Loki.

Loka Táttur ou Loka Táttur (conto ou Þáttr de Loki) é uma balada Faorense (Corpus Carminum Faeroensium 13D) que é um raro exemplo da ocorrência de deuses Nórdicos no folclore.

Na balada, um fazendeiro perde uma aposta com um gigante, chamado de Skrymir em algumas versões, que exige seu filho como pagamento. O fazendeiro pede primeiro a Óðinn, depois para Hœnir, e finalmente para Loki por ajuda. Óðinn faz um campo de grãos crescerem durante toda a noite e esconde o garoto como um grão de um machado no meio do campo. O garoto fica temeroso, pois a mão do gigante está roçando exatamente do grão que ele se transformou, mas Óðinn chama o garoto de volta e devolve o para seus pais dizendo a eles que havia completado a tarefa. 

Hœnir faz sete cisnes voarem, o menino é transformado em uma pena no meio da cabeça de um dos cisnes. Mas o gigante pega um deles e arranca a cabeça de seu corpo, e o garoto está temeroso, pois ele é a pena saliente na boca do gigante. Hœnir traz o garoto de volta e o devolve a seus pais dizendo que seu trabalho acabou. 

Loki instrui o fazendeiro a construir um barco com um abrigo com uma abertura larga e colocar uma estaca de ferro nela. Então ele vai para a praia onde o barco está flutuando ancorado, lança a rede no mar e lança um gancho pescando um linguado. Ele transforma o garoto em um grão e o coloca no meio das ovas do peixe. O gigante está esperando na praia por Loki, perguntando onde ele havia estado por toda a noite. Loki disse que descansava um pouco remando pelo mar e eles saem juntos para pescar. O Gigante lança a sua linha e pega três linguados, o terceiro é negro e Loki pede para que o Gigante de o peixe a ele. O gigante se recusa e começa a esfregar as mãos no peixe, pensando em encontrar o garoto em um grão. O garoto está com medo, pois o Gigante está pressionando o grão com as suas mãos. 

Loki chama o garoto para trás de si e diz para ele não deixá-lo se mostrar para o gigante e quando chegarem à terra firme para o garoto saltar de uma forma tão leve que não faça marcas de pegada na areia. Conforme o Gigante está arrastando o barco do mar para a areia o garoto pula para fora do barco e cai em pé diante dele, o Gigante o persegue, mas afunda na areia até os joelhos. O garoto corre o mais rápido possível para o ancoradouro de seu pai e o gigante, em sua perseguição, atravessa a abertura e a estaca de ferro acerta a sua cabeça. Loki corta uma de suas pernas fora, mas a ferida se fecha de uma vez só, então ele corta as duas pernas colocando paus e pedras nas feridas para que não se curem. Loki pega o garoto e leva o para a casa de seus pais e diz que o trabalho que foi pedido a ele está feito, o Gigante está morto.

A história é uma fábula, mas     o mesmo trio de deuses Óðinn, Hœnir e Loki, como na história do Gigante Þjazi na Prose Edda, a prosa introdutória do poema Édico Reginsmál, e também a tardia Huldar Saga islandesa, contribuem para o argumento de Loki ser o mesmo que Lóðurr, que aparece também como Óðinn e Hœnir. Também é notável que Loki é um deus benevolente nesta história, apesar de toda sua esperteza em evidencia como de costume. Alguns acadêmicos, incluindo Hammershaimb, têm apontado uma divisão esférica entre os três deuses: Óðinn governando os céus e os campos que ele fertiliza Hœnir governando os pássaros marinhos e Loki os peixes, como uma reflexão das bases da vida Faroense.

Lyngbye precede Loka Táttur com Skrímsla (Corpus Carminum Faeroensium 90C), cujo parece fazer parte anterior da história. Chamando o monstro de “Skrímsli” e diz que a aposta foi um jogo de xadrez.

Sexta feira posto o texto do Lokka Tattur para vocês observarem atentamente.

Heiðinn 'Þulr' Hjarta.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Lokeanos um grupo de insanos.


Segue um poema que resume a visão mais próxima e lógica da motivação do comportamento lokeano, dedico em especial a alguns amigos que desejavam uma explicação mais detalhada sobre o assunto, porém claro sem perder o espírito da poesia, esse poema serve também para desmistificar muitos aspectos do pensamento lokeano, desde questões como são observadas as Nove nobres virtudes, passando pelo fato de se encaramos Loki como um deus ou não e se ser lokeano é ter uma religião própria ou não. Os sábios vão encontrar explicações bem claras nesses versos, os curiosos vão se levantar questionamentos e os tolos apenas vão petrificar suas certezas sem nada aprender. Até o próximo texto.

Nós enfrentamos a ordem que esta instaurada,
Apenas para mostrar onde ela está sendo falha;

Nós temos uma língua enganosa, cruel e afiada,
Assim ela te mostra a verdade em forma de piada;

Nós carregamos o fardo dos feitos vergonhosos
Apenas para tornar vocês mais prodigiosos;

Nossa lealdade faz parte da nossa vontade,
Não existe lealdade sem sincera liberdade;

Nós não seguimos dogmas como uma religião,
Pois seguimos nossa visão com fé e convicção;

Nós visitaremos alegremente a sua propriedade,
Apenas para manter a sua boa hospitalidade;

Nós faremos todo trabalho que for ingrato,
Apenas para deixar vocês livres deste fardo;

Nós somos os espíritos da liberdade,
Trazendo toda e qualquer nova possibilidade;

Nós jamais abandonaremos nossa árdua tarefa;
Pois tudo tem seu lugar, e essa é a nossa guerra.

Bem vindo ao nosso caminho se pretende ser como um Lokeano.
Não espere mais de nós, do que nós esperaríamos de um insano.
Mas não espere mais de um gigante, do que ele esperaria de um humano.


- Heiðinn Hjarta.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sobre o fim das coisas - Ragnarök.

Boa tarde para vocês caros leitores, já faz algum tempo desde a ultima postagem, de fato houveram muitos obstáculos até poder escrever esse post, afinal quem não tem problemas? Mas não vim aqui para falar deles e sim para trazer algum conhecimento e reflexão para vocês, fechando com esse post a proposta inicial do Blog que era abordar a maior quantidade de temas relacionados a mitologia e religiosidade nórdica com uma leitura não acadêmica dos assuntos, mas sempre deixando um compromisso com a veracidade. E como esse compromisso não pode faltar vim falar de um ultimo assunto o Ragnarök, mas como sempre falar o que acontece nele não só é repetitivo e entediante como não é produtivo a ninguém, mas entender sobre o que se trata e o que nele acontece sim, isso faz toda a diferença, então mãos a obra.

Primeiramente vamos entender a palavra, Ragnarök é classicamente traduzido como crepúsculo dos deuses, até onde pude observar parece bem sensato tanto grafia quanto em seu significado, Ragnarök é uma palavra formada da composição de duas palavras Ragna plural de Regin, isto é, Deuses e Rök que possui inúmeros significados tais como desenvolvimento, origem, causa, relação, destino e claro, fim. Quanto ao tema do significado, o mesmo é abordado em inúmeros textos, entretanto onde ele recebe uma incrível riqueza de detalhes é na Voluspá onde a völva conta a Óðinn como as coisas vão terminar, o que acontecerá com algumas divindades, quais vão morrer, quais vão sobreviver, o que acontecerá com os demais seres do mundo e como o mundo vai recomeçar.

Agora vamos as necessárias reflexões, as nossas principais fontes de conhecimento vêm de textos traduzidos por monges cristãos, de uma religião linear, que está acostumada com uma visão final das coisas, isso pode se ver no como se encara o nascimento, a morte, o apocalipse e etc. Logo, temos a nítida impressão que é altamente conveniente inserir um fim para as divindades quando você precisa fazer um povo acreditar em uma nova era e em um novo Deus, até ai nenhuma novidade. Na contramão um fim para todos os deuses parece bem lógico, pois conceitos como Orlog e Orthanc, e o poder das Nornes estando acima dos Deuses nos faz imaginar que um futuro imutável também seria possível, então há algo de real no crepúsculo dos deuses? Alguma coisa, mas tudo? Bem, é ai que eu queria chegar.

Foi falado em textos anteriores o quanto a nossa religião está atrelada a natureza, seja na natureza que nos cerca, seja na natureza do próprio ser humano como o mito de Ask e Embla, logo a Natureza em si não possui um fim, ela é eterna em recomeços, e são esses recomeços que possibilitam novas estações e a continuidade da vida, a própria morte, o próprio inverno nada mais são do que demarcadores dessa passagem. Logo se você acredita nesse fim de tudo, então é triste, afinal você acredita mais no que monges escreveram séculos atrás do que os o que seus próprios deuses deixaram para você.

Se nós sabemos como tudo vai acabar então isso significa uma coisa, eles já bateram as botas e se já bateram as botas então quando você morrer você não vai para nenhum Valhalla, a menos que queira morar sozinho por lá. Se você conseguiu entender a linha do raciocínio, vai entender que por mais legal que seja a idéia de uma batalha épica onde os deuses morrem em combate, ela simplesmente não é funcional e deixa muitos vácuos, exemplos: Se a guerra já aconteceu que deuses deveríamos seguir? E o que aconteceu com os outros, seja os que morreram seja os que não morreram? Quando eu morrer para onde eu irei? Se vou para o Valhalla ou qualquer outro salão então os Deuses sabem o que acontecerá? E se sabem por qual razão não fizeram nada para impedir? Então, acho que isso tem muitas falhas para ser obra divina, por mais falhas que os deuses possam aparentemente ter.

Espero que esse texto tenha ajudado a esclarecer o como o neo/paganismo sofre profundas influências até hoje, de religiões alheias ao seu universo. Dizem que o que é bom dura pouco, se fosse bom de verdade, não durava tão pouco, durava pra sempre. Por fim deixo um conselho que acalma o coração de todos aqueles que estudam a fundo mais essa questão, diz assim no Hávamál:

"Meðalsnotr
skyli manna hverr,
æva til snotr sé;
örlög sín
viti engi fyrir,
þeim er sorgalausastr sefi."

"É melhor para o homem ser meio sábio. Nem demasiado inteligente e engenhoso, nenhum homem pode saber o futuro. Assim permite-se que durmam em paz."

Resumidamente, deixei o Ragnarök por último, já que se trata de um tema muito complexo para uma proposta não acadêmica, mas isso também não significa que não se possa apresentá-lo desta maneira mais simplificada, com esse texto eu encerro a proposta inicial de abortar os temas do cotidiano, da mitologia e da espiritualidade de uma forma informal mas compromissada com a verdade e respeitando o seu intelecto. Espero até o momento ter agradado e mais que isso, ter somado algo a vocês. Deixo também a eterna dica de cuidado com o que se lê por ai, não tome nada por verdade, pois cada vez mais escritores despreparados estão abordando o tema de forma, despreocupada com a informação e com a sua formação no assunto.

A próxima etapa deste blog está sendo estudada, como contos fictícios e outras coisas mais para vosso entretenimento e reflexão, grato pela confiança, até o próximo texto e que Óðinn fique de olho em vocês.

- Heiðinn Hjarta.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Freyfaxi - A origem e o significado.

Boa Tarde caros amigos e leitores, vem se aproximando a data de comemoração do Freyfaxi no hemisfério Sul, para não desempará-lo de informações, vou compartilhar com vocês algumas informações que tenho que são comuns e outras que são incomuns, lembrando que trata-se de uma data dedicada a Freyr a divindade Vanir Senhor dos Alfar (Elfos), para maior compreensão há um texto neste Blog que detalha tanto a divindade como seus servos, que venha o Freyfaxi!


Como de costume sabemos que o Freyfaxi é a celebração que marca o início das colheitas na Islândia, dura de três a quatro dias e sua data varia é, no hemisfério norte, entre entre os dias 1º ao 23º ou na lua cheia de Agosto, aqui essa data se dá em fevereiro, pois em Agosto você não vai colher muita coisa, rs. É uma data ligada a fartura e compartilhar o que se adquire, principalmente com quem não tem nada ou muito pouco. Trata-se do próprio espírito que Freyr carrega consigo, que os Vanir trazem a fertilidade e abundância. Porém o nome deste festival é também o nome de um curioso conto que nos ensina sob o poder de um juramento feito diante dos deuses, então deixo o conto e a fonte para que possam saber um pouco mais sobre esta data e este nome, compartilho esse conhecimento com vocês.


Você deve ter ouvido algumas versões da história do Freyfaxi. É engraçado como diferentes escritores pegam os velhos temas e mudam eles tanto um pouco quanto drasticamente. Como a Disney pegou a trágica e horrível história de Anastásia e a transformou em uma aventura romântica para crianças!!!


De qualquer maneira, a original, e verdadeira história do Freyfaxi é muito velha, e ocorreu na Islândia entre os anos de 900 e 950. Eu irei contar aqui uma versão encurtada. As sagas islandesas foram escritas e têm sido preservadas por séculos e não tem mudado muito. Elas contem muita verdade, algumas vezes os historiadores alteram algumas nuances para fazer a história melhor para escutar, mas elas são de muitas maneiras como referencias históricas, e são tratadas com muito respeito tanto por islandeses como por historiadores.


Ela trata sobre o chefe de tribo islandês Hrafnkell Freysgodi. Os islandeses daquele tempo são o que hoje vocês reconhecem por vikings.


A religião de Hrafnkell era a dos velhos deuses escandinavos. Ele tinha um garanhão azul escuro, que vivia e vagava nas montanhas ao lado da fazenda de Hrafnkell, com um rebanho de éguas. Hrafnkell tinha uma fé muito grande no deus da agricultura, dons e fertilidade, Freyr. Então ele deu metade de seu garanhão a Freyr, e ele fez um juramento que se qualquer outro homem além dele montasse seu garanhão, ele o mataria. Juramentos não são Juramentos não deveriam ser tomados levianamente nesses momentos, se um homem fizesse um juramento tinha de cumpri-lo. O cavalo era chamado Freyfaxi, Frey pelo seu gentil proprietário e Faxi que era um nome comum a cavalos (significando crina atraente).


Hrafnkell contratou o filho mais velho de seu vizinho, cujo nome era Einar. Einar estava há dois anos, tomando conta de 50 ovelhas que Hrafnkell possuía, conduzia elas ao posto todo dia e retornava para o lar novamente próximo a sua cabana na montanha ao anoitecer, e também cortava a lenha que era necessária na fazenda. Ele também cuidava de Freyfaxi e de suas doze éguas nas montanhas. Hrafnkell contou a Einar sobre seu juramento, e proibiu-o de cavalgar Freyfaxi, mas Einar poderia quaisquer um dos outros cavalos para o que fosse necessário, sempre que fosse necessário o que Einar achava muito justo.


Einar fez um bom trabalho e cuidou das ovelhas por todo o verão, até o solstício de verão, quando ele não conseguiu encontrar 30 ovelhas. Ele procurou e procurou, mas durante uma semana inteira não conseguiu encontrá-las. Ovelhas eram muito valiosas naqueles dias, aquilo era um acidente terrível. Uma vez, em sua busca, ele andou entre os cavalos, e precisou de um deles para fazer a busca. Os cavalos, que costumavam ser capturados sem dificuldade fugiram, exceto Freyfaxi, que continuou parado como uma rocha.


Einar via o dia passar e ele decidiu que Hrafnkell não tinha como saber que ele cavalgaria seu cavalo, colocou um freio em sua boca, uma sela em suas costas e cavalgou em busca das ovelhas de manha até o anoitecer. O cavalo estava trabalhando duro, e ele pode procurar numa grande área, e no fim da noite Einar encontrou as ovelhas e as trouxe de volta para o lar junto das demais ovelhas.


O cavalo correu vale a baixo e não parou até a casa de Hrafnkell em sua fazenda, Adalbol. Hrafnkell estava comendo e quando o cavalo veio a porta, ele relinchou alto. Hrafnkell disse a sua mulher que estava satisfeito e que ela poderia ir a porta pois um cavalo estava relinchando e lembrava Freyfaxi. Ela o fez e disse a Hrafnkell que Freyfaxi estava na porta e parecia sujo.


Hrafnkell disse: “Como isso? Isso não aconteceu por um bom motivo”.


Então ele saiu e viu Freyfaxi e disse: “Fico triste que tenha sido tratado desta forma, mas você foi sábio ao me contar, e isso será vingado, volte as suas éguas.”


Na manhã seguinte Hrafnkell cavalgou até a cabana na montanha, com um machado com ele. Einar tinha acabado de conduzir as ovelhas a cabana e elas estavam sendo ordenhadas por mulheres. Eles conversaram um tempo, até Hrafnkell perguntar a ele se havia pegado Freyfaxi sem permissão. Einar disse que não podia negar isso.


Hrafnkell disse: “Por qual motivo montou este cavalo, já que eu tinha proibido isso, e se haviam tantos para montar. Eu o teria perdoado se não estivesse preso a este juramento terrível, mas você se comportou bem ao admitir isso.”


Então Hrafnkell correu até Einar e desferiu nele um golpe mortal. Após isto ele fez um túmulo respeitável para o jovem.


O pai de Einar claramente não ficou feliz com o acontecido, e este é só o início de uma longa e trágica saga. Hrafnkell de várias maneiras nesta história está preso ao destino. É o destino que fez a égua pular tão alto a ponto de Einar não poder laçá-la, e o profundo significado dos juramentos naqueles dias fez ser impossível a Hrafnkell quebrar sua promessa que havia feito com seu deus, indiferente da tristeza que causasse a ele. É algo que o amargou por toda a sua vida, ele fez muitos inimigos e teve de lutar por toda a sua vida em conseqüência do seu feito.


Fonte: http://www.icelandichorse.is/freyfaxi.htm


Tradução: Heiðinn Hjarta.


Outros textos relacionados.

Alfar - Os Seres de Luz e Sombras.

http://perturbardo.blogspot.com/2011/10/alfar-os-seres-de-luz-e-sombras.html

Freyr - O Senhor dos Alfar.

http://perturbardo.blogspot.com/2011/07/o-senhor-dos-alfar.html