Você deve ter ouvido algumas versões da história do Freyfaxi. É engraçado como diferentes escritores pegam os velhos temas e mudam eles tanto um pouco quanto drasticamente. Como a Disney pegou a trágica e horrível história de Anastásia e a transformou em uma aventura romântica para crianças!!!
De qualquer maneira, a original, e verdadeira história do Freyfaxi é muito velha, e ocorreu na Islândia entre os anos de 900 e 950. Eu irei contar aqui uma versão encurtada. As sagas islandesas foram escritas e têm sido preservadas por séculos e não tem mudado muito. Elas contem muita verdade, algumas vezes os historiadores alteram algumas nuances para fazer a história melhor para escutar, mas elas são de muitas maneiras como referencias históricas, e são tratadas com muito respeito tanto por islandeses como por historiadores.
Ela trata sobre o chefe de tribo islandês Hrafnkell Freysgodi. Os islandeses daquele tempo são o que hoje vocês reconhecem por vikings.
A religião de Hrafnkell era a dos velhos deuses escandinavos. Ele tinha um garanhão azul escuro, que vivia e vagava nas montanhas ao lado da fazenda de Hrafnkell, com um rebanho de éguas. Hrafnkell tinha uma fé muito grande no deus da agricultura, dons e fertilidade, Freyr. Então ele deu metade de seu garanhão a Freyr, e ele fez um juramento que se qualquer outro homem além dele montasse seu garanhão, ele o mataria. Juramentos não são Juramentos não deveriam ser tomados levianamente nesses momentos, se um homem fizesse um juramento tinha de cumpri-lo. O cavalo era chamado Freyfaxi, Frey pelo seu gentil proprietário e Faxi que era um nome comum a cavalos (significando crina atraente).
Hrafnkell contratou o filho mais velho de seu vizinho, cujo nome era Einar. Einar estava há dois anos, tomando conta de 50 ovelhas que Hrafnkell possuía, conduzia elas ao posto todo dia e retornava para o lar novamente próximo a sua cabana na montanha ao anoitecer, e também cortava a lenha que era necessária na fazenda. Ele também cuidava de Freyfaxi e de suas doze éguas nas montanhas. Hrafnkell contou a Einar sobre seu juramento, e proibiu-o de cavalgar Freyfaxi, mas Einar poderia quaisquer um dos outros cavalos para o que fosse necessário, sempre que fosse necessário o que Einar achava muito justo.
Einar fez um bom trabalho e cuidou das ovelhas por todo o verão, até o solstício de verão, quando ele não conseguiu encontrar 30 ovelhas. Ele procurou e procurou, mas durante uma semana inteira não conseguiu encontrá-las. Ovelhas eram muito valiosas naqueles dias, aquilo era um acidente terrível. Uma vez, em sua busca, ele andou entre os cavalos, e precisou de um deles para fazer a busca. Os cavalos, que costumavam ser capturados sem dificuldade fugiram, exceto Freyfaxi, que continuou parado como uma rocha.
Einar via o dia passar e ele decidiu que Hrafnkell não tinha como saber que ele cavalgaria seu cavalo, colocou um freio em sua boca, uma sela em suas costas e cavalgou em busca das ovelhas de manha até o anoitecer. O cavalo estava trabalhando duro, e ele pode procurar numa grande área, e no fim da noite Einar encontrou as ovelhas e as trouxe de volta para o lar junto das demais ovelhas.
O cavalo correu vale a baixo e não parou até a casa de Hrafnkell em sua fazenda, Adalbol. Hrafnkell estava comendo e quando o cavalo veio a porta, ele relinchou alto. Hrafnkell disse a sua mulher que estava satisfeito e que ela poderia ir a porta pois um cavalo estava relinchando e lembrava Freyfaxi. Ela o fez e disse a Hrafnkell que Freyfaxi estava na porta e parecia sujo.
Hrafnkell disse: “Como isso? Isso não aconteceu por um bom motivo”.
Então ele saiu e viu Freyfaxi e disse: “Fico triste que tenha sido tratado desta forma, mas você foi sábio ao me contar, e isso será vingado, volte as suas éguas.”
Na manhã seguinte Hrafnkell cavalgou até a cabana na montanha, com um machado com ele. Einar tinha acabado de conduzir as ovelhas a cabana e elas estavam sendo ordenhadas por mulheres. Eles conversaram um tempo, até Hrafnkell perguntar a ele se havia pegado Freyfaxi sem permissão. Einar disse que não podia negar isso.
Hrafnkell disse: “Por qual motivo montou este cavalo, já que eu tinha proibido isso, e se haviam tantos para montar. Eu o teria perdoado se não estivesse preso a este juramento terrível, mas você se comportou bem ao admitir isso.”
Então Hrafnkell correu até Einar e desferiu nele um golpe mortal. Após isto ele fez um túmulo respeitável para o jovem.
O pai de Einar claramente não ficou feliz com o acontecido, e este é só o início de uma longa e trágica saga. Hrafnkell de várias maneiras nesta história está preso ao destino. É o destino que fez a égua pular tão alto a ponto de Einar não poder laçá-la, e o profundo significado dos juramentos naqueles dias fez ser impossível a Hrafnkell quebrar sua promessa que havia feito com seu deus, indiferente da tristeza que causasse a ele. É algo que o amargou por toda a sua vida, ele fez muitos inimigos e teve de lutar por toda a sua vida em conseqüência do seu feito.
Fonte: http://www.icelandichorse.is/freyfaxi.htm
Tradução: Heiðinn Hjarta.
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