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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Uma coragem inabalável.

"Hear the heathen call

Time will take us all

and hear the heathen cry

finally we die"


- Hear the heathen call - TÝR



Boa noite visitantes, continuando a falar sobre honra e valores, vou abordar hoje sobre uma divindade que não só representa muito bem isso como nos faz entender o motivo de algumas coisas dependem só de nós e outras só dos outros. Dedico o texto de hoje a Týr um deus que não conhece o medo.


Este deus é caracterizado na mitologia nórdica como um dos integrantes do clã dos Aesir conforme o texto Gylfaginning, seu parentesco, entretanto não é com os Aesir, pois ele é apontado ser filho do gigante Hymir, que seria um gigante do gelo, no texto Hymiskviða e de uma linda mulher, que talvez se chame Frilla segundo o que o texto da a entender, Ele tem uma avó de aspecto repugnante pelas novecentas cabeças que tinha e alguns textos atribuem a ele como filho de Óðinn, mas creio não ser de fato como vão observar mais a frente. Também alguns autores relatam que Týr tinha uma esposa e dão a ela o nome de Ziza, eu particularmente tenho minhas dúvidas pela falta de provas arqueológicas.


Týr também é a palavra que é usada para o substantivo deus ou ser celestial, foi chamado pelos romanos de Tuisto e era comparado a Marte, ele de fato era um deus que conduzia as batalhas rumo a vitória e que detinha muita coragem, também antes do período das migrações era o pai celestial, função similar a de Zeus, mas pelas mudanças de necessidades tribais e intercâmbios culturais os povos do norte adotaram Óðinn nesse papel, absorvendo Tyr a um aspecto ligado a batalha, enquanto cabia a Thor a proteção, também por meio da guerra contra os gigantes.


A bravura e a honra de Týr são relatadas no conto em que o filho de Loki o lobo Fenrir é pego em uma aposta para tentar se soltar de uma corrente forjada pelos anões, a primeira de nome Loeðingr foi destruída com facilidade, a segunda chamada Drómi que ofereceu um pouco mais de resistência, então só na terceira tentativa a corrente de nome Gleipnir, foi capaz de aprisionar o filho de Loki, ela era composta de coisas estranhas sendo elas, o som do passo de um gato; uma barba de mulher; as raízes de uma montanha; os tendões de um urso; a respiração de um peixe e a saliva de um pássaro. Týr havia prometido manter sua mão dentro da boca de Fenrir para caso os deuses não o soltassem. Ele havia sido escolhido para pagar a aposta pelo lado dos deuses, pois era o único que tinha coragem de se aproximar de Fenrir, ele era o único que se aproximava para alimentá-lo desde filhote, mas os deuses não cumpriram com sua parte e mantiveram Fenrir aprisionado e Týr teve sua mão decepada em uma mordida.


Observem que neste conto tradicional sobre Týr, o lobo aparece como um medo maior que os próprios deuses, que tiveram de usar de astúcia para prender a fera que quanto mais comia, mais crescia. Týr em nenhum momento recuou em sua palavra, e não recuou pelos seus valores e não por sua coragem. Ele não se enfureceu com os Aesir com este ato desonroso e lutou ao lado deles até o fim Ragnarök, pois quem tem honra não depende dos outros para manter sua honra, depende apenas de si, não importa a adversidade. Sua coragem também nos alerta sobre uma coisa, bravos guerreiros podem derrubar muitos homens, mas não pode reclamar de suas feridas. A coragem e a bravura são como tochas que desafiam a escuridão do medo, e ao explorar a escuridão seu medo diminui e seu horizonte amplia, este é o trabalho de Týr ao dar coragem a seus seguidores, quem não teme a morte não recua diante dela e por isso ele dava vitória aos seus guerreiros nas batalhas, pois estes não tinham nada a perder, só duas coisas a ganhar, ou a batalha que enfrentavam ou o Valhöll.


Týr é um deus admirável, ensina a humanidade a vencer os seus temores, sem prometer a ela que não haverá marcas pela vitória. Ensina a nós que para sermos louváveis não precisamos depender dos outros, ele nos ensina a “libertar-se de Loeðingr” e “escapar de Drómi”, expressões usadas para representar coisas excessivamente difíceis, com muita coragem. Em resumo posso terminar essa postagem com uma frase.


“Vença seu medo e seja invencível”.


- Heiðinn Hjarta

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