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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Iðunn - A guardiã da juventude.


Boa noite ao povo pagão! Leitores deste blog e meros curiosos, esta semana termino de expor as principais divindades da minha religiosidade, os Deuses e Deusas do Panteão Aesir e Vanir e também os mais importantes Jotnar. Com a vinda da primavera, tempo de renovação e de comemorar a vitória da vida sobre o Inverno é o momento de refletir sobre a divindade mais ligada a esta data, Iðunn a guardiã das maças que garantem a eterna juventude aos Deuses de Ásgarðr, então vamos aos seus detalhes.


A princípio sobre seu nome, Iðunn para aos olhos dos estudiosos estar ligada sempre a juventude. John Lindow descreve o significado de seu nome como "sempre jovem", Andy Orchard descreve o significado de sempre jovem e segundo a interpretação de Rudolf Simek é "aquela que rejuvenesce". O estudioso Jacob Grimm a liga com as Idesas ou as Disir pelo radical do nome, o que fará algum sentido conforme se mostra a seguir.


Sobre o parentesco de Iðunn e a que clã poderia pertencer nada é declarado nas eddas como participante evidente de um dos Clãs mas ela é casada com o deus Bragi um Aesir, filho de Óðinn o que poderia indicá-la como uma Aesir, entretanto seus traços ligados a juventude, renovação e fertilidade a tornam forte candidata ao Clã Vanir, um fato curioso é que um dos presentes que o Elfo Skrímir, servo de Freyr, leva até Gerðr para convencê-la a se casar com Freyr são as maçãs de Iðunn. Entretanto ainda há uma terceira visão que a encara como uma elfa ou descendente dos elfos, esse fato se dá no poema Hrafnagaldr Óðins nas Stanza 6 é dito que Iðunn é a mais velha das crianças de Ivaldi. Para quem não sabe, quando Loki desafiou os Anões Brokkr e Eitri a criarem um cabelo mais belo que o de Sif para ela, resultando em inúmeros artefatos criados para os Aesir entre eles o próprio martelo de Thor, eles se ofenderam em serem comparados com Ivaldi.


Iðunn em hipótese alguma nos lembra um anão (rs), logo é bem provável que Ivaldi seja um Alfr (elfo da luz) o tipo de criatura com a qual um anão (que é um "elfo da escuridão") não gostaria de ser comparado (dai a falta de amores entre anões e elfos nos contos fantásticos, pois os primeiros eram associados a luz e a beleza e os segundos a escuridão e a falta desta beleza), mas ainda levanto um apontamento final do parentesco dela. Indiferente da sua origem ela é de fato considerada uma Asynjur (Deusa) no Skáldskaparmál, o que pode nos levar a acreditar que ainda que seu pai fosse um elfo, sua mãe provavelmente não o seria. Pelos seus traços que deixa pela mitologia e suas associações tenho ela por uma Vanir, mas isso é opinião pessoal e que não muda muito as coisas, afinal precisamos de ambos os Clãs em nossa espiritualidade, assim como eles precisam de ambos os clãs para manter a ordem e a prosperidade.


Outro fato curioso é que o Skald Thorbiorn Brúnarson usa como keening em seu poema as maças de Hel, como o alimento efêmero do qual os mortos se alimentam em Hel, sendo então maçã um sentido não literário e sim poético que representa este alimento sagrado aos não "encarnados". Existem dois poemas dos quais ela tem participação altamente relevante são eles o Skáldskaparmál onde Bragi conta a Aegir como se deu o rapto de sua esposa pelo pai de Skaði e o Lokassenna onde Loki e ela trocam palavras pelas acusações que Lokif faz a ela e aos demais deuses no salão do Aegir.


Iðunn não é uma divindade cujo qual se tenha registro de cultos ou de datas que sejam dedicadas a ela, mas de fato ela tem um papel importante em manter a juventude dos Deuses, agindo de certa forma como uma guardiã da sorte desta juventude, como uma Disír. Seus ensinamentos estão mais na simbologia de seus mitos do que em cultos ligados a ela, o que na prática não a torna uma figura menos importante.


Espero que algo eu tenha acrescentado e que o conhecimento seja renovado e repassado, bom obrigado até amanhã.


- Heiðinn Hjarta.





Um comentário:

  1. Bom tópico. Acredito que possa haver um paralelismo entre Idunn e a deidade saxã associada a primavera Ostera e, por outro lado, a Nerthus; divindade da germania continental cujo culto é relatado por Tacitus Germanicus; historiador romano. Tal paralelismo se daria por suas origens germânicas em comum(como grupo étnico-linguístico). Quanto a sua "raça", acredito que esta seja ou um Vanir ou um Jotun; mas essas são mais experiencias pessoais do que qualquer outra coisa. De qualquer forma o mais importante, no meu ponto de vista, é que seu aspecto seja compreendido e tal Deusa seja devidamente honrada e nossos votos sejam renovados. Eu já prestei minhas honras e renovei meus votos individualmente e prestarei novamente com meu grupo em homenagem a esse novo ciclo que (re)começa. Feliz Ostera/Idunnablót! Wassail!Guido Campagnani Esquivel

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