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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A lança que não é balança.


Boa noite amigos leitores, ja é quase sexta-feira e eu me esquecendo de postar no blog, culpado seja o feriado! E tudo que ele trouxe de bom, rs. Bom sem mais enrolação, começaremos a abordar divindades menos conhecidas e temas mais aprofundados, logo aqueles que desejam um conhecimento mais aprofundado poderão observá-lo nos futuros temas do blog, mas manterei a linguagem acessível aos menos informados, assim todos tem oportunidade de aprender e desvendar mais coisas.


A divindade de hoje a ser apresentada é Forseti, deus ligado a justiça e reconciliação, sim já devem estar se perguntando sobre Tyr, isso também será abordado, mas vamos passo a passo. Então esta figura pouco lembrada ou cultuada é responsável por um dos aspectos mais importantes da vida social de um povo, ele é responsável pela justiça, sempre buscando reconciliar os descontentes ao invés de sentenciar punindo arbitrariamente. Trata-se de um Aesir, filho de Baldr e Nanna, seu nome significa no nórdico antigo, "aquele que preside" pois era invocado a presidir a corte onde eram feitos os julgamentos, as negociações, a arbitragem, a reconciliação e a paz, enfim um regente das leis, tanto para os deuses quanto para os homens.


Sua descrição o coloca como um jovem loiro, amistoso e luminoso, como seu pai, e vivia em Glitnir, um grande salão com pilares de ouro e teto de prata onde resolvia os problemas sempre buscando a reconciliação ao invés de uma punição que desagradasse um lado e agradasse o outro. Entre os Frísios havia uma divindade chamada Fosite com mesmos parâmetros de influência na sua sociedade, dada a proximidade com os povos germanos e com a região da Dinamarca podemos estar falando da mesma divindade.


Geralmente quando falamos em justiça lembramos de Tyr, por ser um exemplo de comportamento e por sua coragem e por sempre fazer o que julga correto, mas Tyr não é um juiz, mas sim um justiceiro, traz vitória mas não significa que trará harmonia, já Forseti é a divindade que busca essa mediação, devemos lembrar o quão importante era para a sociedade nórdica a questão da harmonia social, resolver tudo em pancadaria não daria paz a ninguém, logo prevalecia o bom senso e essa divindade era invocada por sua sabedoria.


Existiam muitas formas de se fazer justiça na sociedade nórdica, a mais famosa era o Holmgang, que por meio de duelos sagrados onde a vitória era dada aquele que então passava a ser considerado a pessoa com razão na questão, dai a ligação de Tyr com a justiça e a vitória, a exemplo desta forma de duelo em busca de justiça temos Egill Skallagrímsson contra Berg-Önundr, eram casos onde não cabia conciliação.


Da mesma forma podia se fazer justiça durante uma þing (assembléia) diante de um/uma Lawspeaker/Lögmaðr/Sögmaðr, trata-se de uma pessoa sábia e conhecedora das leis que detinha uma voz de autoridade nessas assembleias, a exemplo temos Þorgnýr Lögmaðr que reconciliou dois reis após uma guerra e ainda casou seus filhos.


Logo numa sociedade em que juramentos, condutas honrosas, devoção a ancestralidade, preocupação com o que se deixa para os descendentes e a busca por harmonia e paz para propiciar prosperidade, a justiça feita a maneira correta tem um papel fundamental, incluindo uma divindade que busque essa mediação, tarefa que cabe ao sábio Forseti.


Bom, era o que tinha para ser falado, caso encerrado.


- Heiðinn Hjarta

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