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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um sacrifício de bom grado.


Boa noite nobres visitantes, curiosos, seguidores e leitores, segunda-feira difícil mas enfim em casa. O tema de hoje aborda sobre como se dão os sacrifícios no neo/paganismo nórdico e também explica como o sacrifício é encarado, então ao trabalho.


O sacrifício como o conhecemos é normalmente observado como algo feito a contragosto, um esforço penoso, abrir mão de uma situação para poder se beneficiar, ou não se prejudicar, em outras palavras é um ato de altruísmo, abnegação e renuncia em favor de outrem. Neste ponto de vista entendemos que o sacrifício é feito para alguém e nossos sacrifícios são feitos para nossas divindades e para nossos ancestrais, entretanto não de forma penosa, afinal se abrimos mão de algo em respeito a eles ou se oferecemos algo para eles, em hipótese alguma deve ser feito de má vontade, deve ser feito de coração aberto como um presente que se dá a alguém querido, ou se for algo difícil de cumprir, que seja assim feito pelo grau de respeito que se dá ao sacrifício e a quem se beneficia dele, mas o interesse próprio é sempre secundário frente a quem se presta o sacrifício.


Superada essa observação inicial vamos entender como se tratava e como se trava o sacrifício em nossa senda. Nos tempos antigos as tribos germânicas faziam vários sacrifícios em forma ritualística para alcançar inúmeros objetivos, uma boa colheita, uma vitória em campo de batalha, afastar doenças, almas penadas, agradar os ancestrais e os deuses e apaziguar a ira deles quando pelas condições que se apresentavam, pareciam recair inúmeros males sobre o povo, o sacrifício também poderia ocorrem para fins mágicos, geralmente envolvendo maldições contra pessoas.


Utilizavam-se em sacrifícios inúmeros materiais, tais como minerais, vegetais, animais (em particular porcos e cavalos), objetos manufaturados aos que se davam importância, pessoas (geralmente enforcadas, voluntárias ou não e importantes ou não, em alguns casos o próprio Rei era sacrificado), sangue (seu ou dos outros) e atos em forma de sacrifício. A forma poderia ser pacífica, ou bem intensa e violenta, ocorriam desde da morte de um guerreiro nobre junto das suas posses até um grande sacrifício sazonal envolvendo todo o Clã em honra aos deuses, mas sempre feito de forma sincera.


Hoje temos no neopaganismo nórdico mais comida e festejo e menos sangue (a menos que a carne esteja mal passada rs). Chamamos de Blót hoje, o sacrifício ritualístico realizado em um local sagrado, previamente preparado para o rito ou naturalmente sagrado, podendo ser feito de forma individual ou coletivamente, sendo parte de uma celebração mais complexa ou apenas em sua fase exclusiva. Assim como as tribos nórdicas e germanas tinham cada uma sua forma de realizar esses sacrifícios, não será surpresa que kindreds diferentes sigam ordem diferentes para realizar o Blót, mas geralmente eles são acompanhados do banquete ritualístico chamado Sumbl, outra característica marcante é que os Blóts na metade fria do ano (Outono e Inverno) costumavam se dar em ambiente fechado em familiar, já os da metade quente do ano (Priamvera e Verão) se davam em meio a natureza.


Sobre os Blots mais conhecidos, em forma resumida e simplificada, temos os seguintes:


Winternaettr - Noites de Inverno, ligado a necromancia, criaturas sobrenaturais e o começo da Caçada Selvagem;


Alfablót - realizado para os Alfár (elfos) e de caráter extremamente familiar, dificilmente havendo convidados de fora da família;

Disablót - realizado na primavera em honra as Disír, esperando se propiciar melhor sorte ao clã, aos integrantes do clã e a melhora da colheita.;


Sömármál - realizado durante o verão em honra a estação e a vitória, marcado por alegria, danças próximas a fogueira e pela comemoração da aproximação do verão;


Haustablót - Sacrifício de outono onde se dará a preparação para a estação mais rigorosa que é o inverno, trata-se de um momento de reflexão e de armazenar forças para os tempos difíceis que se aproximam;


Ainda há blóts ligados a deuses específicos sendo os mais famosos os ligados a Thor e a Freyr, mas mais uma vez vale lembrar que isso não é regra cada clã fará seus blóts da forma que for adequado a suas crenças.


Trata-se de um tema complexo que envolve um melhor aprofundamento, mas pode-se ter como uma noção inicial e buscar se aprofundar no significado de cada blót e nos locais onde devem ser praticados.


Segue o link do site o Troth onde é abordado sobre o tema, texto de autoria de Vagner Cruz.


Bom começo de semana e até quarta-feira!

- Heiðinn Hjarta

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