Boa noite caros leitores, agradeço o acompanhamento do blog e os elogios que estou recebendo, hoje estou quase encerrando a parte que trata sobre os deuses principais (os demais não são menso importantes, apenas menos conhecidos e cultuados), haverá mais um fim de semana e após ele começarei a tratar de expor as runas em um estudo aprofundado, para após estudá-las mostrar sobre a cosmologia e os demais seres que compõem o universo da espiritualidade nórdica.
Hoje vou abordar sobre duas divindades ambas, ao meu ver, do clã Vanir, mas historicamente comprovado só uma delas. São estas divindades Njörðr e Nerthus, vou desmistificar algumas confusões e explicar não só mitologicamente mas o sentido de cada divindade e mostrar as evidentes diferenças entre os Aesir e os Vanir por meio destas divindades.
Njörðr é uma divindade Vanir, pai de Freyr e Freyja, com sua irmã cujo o nome nos é desconhecido (teoricamente), em uma das Eddas se casa com Skaði, quando esta busca o mais belo homem pelos pés e o casamento da Jötunn com o Vanir não foi bom para nenhum dos dois, a distância dela das montanhas e a distância dele do mar não torna possível prolongar esta união, resultando numa separação sem maior rancores de ambos. No poema Sólarljóð é dito que Njörðr possui nove filhas sendo a mais velha Ráðveig e a mais nova Kreppvör (79 Stanza), ainda há um local dedicado para ele chamado Nóatún. Ele como toda divindade Vanir carrega o aspecto da fertilidade ao ser lembrado como a divindade a qual os pescadores recorrem para terem um mar calmo e uma pescaria abundante, ele também é considerado sábio, como toda divindade Vanir é considerada e está ligado a saúde. Njörðr foi cultuado no século 18 e no século 19 ainda pelos pescadores para manter as pescas em abundância.
Sobre a deusa Nerthus esta é associada a fertilidade, e segundo Tácito no texto Germânia era venerada entre as tribos germanas dos Reudigni, Aviones, Anglii, Varini, Eudoses, Suarines e os Nuitones todos nomes estes dados por Tácito. Esse traço comum de culto demonstra o poder e a influência que Nerthus alcançava em diferentes tribos vizinhas, o que nos leva a entender que ela possui um papel importante entre as divindades dos Germanos, seu culto sobreviveu entre os Anglos (Anglii) num ritual chamado Aecerbot que era utilizado para cura e melhoria da terra a ser cultivada. Jacob Grimm identificou Nerthus como Erda, Erce, Fru Gaue, Fjörgyn, Frau Holda e Hluodana, já Hilda Ellis Davidson têm feito paralelos entre Nerthus e Njörðr.
Sobre ambos serem a mesma divindade. Acredito ser claro e óbvio que Nerthus e Njörðr não são a mesma divindade, o fato fica claro e óbvio em dois casos, primeiro Nerthus esta associada a fertilidade da Terra diferente de Njörðr que está associado a fertilidade do mar, segundo se Njörðr fosse uma mulher, logo Skaði não teria casado com ele, a menos que o homossexualismo/lesbianismo fosse uma prática entre os Gigantes e eu acredito, não sei por qual razão rs, que não é o caso. Por fim, Njörðr tinha uma irmã e era um segredo que ele e ela eram um casal que tiveram filhos sendo esses Freyr e Freyja, logo a menos que Njörðr representasse o inicio da reprodução assexuada entre os Vanir seria indispensável a existência de um polo feminino para a concepção de Freyr e Freyja.
Ainda para matar qualquer suspeita, existe uma integrante do clã Jötunn chamada Jörð, e sim um mero "N" faz toda a diferença, a mãe de Thor não é uma Vanir e ela representa a Terra, então qual a diferença entre Nerthus e Jörð? Simples a primeira representa a terra em seu poder de fertilidade, o verde da terra e sua capacidade produtora de frutos e curativa também, já a segunda representa o elemento terra, a sua força e sua resistência, algo mais rústico e primitivo, arquétipos de diferentes finalidades. Então a quem gosta dos Vanir eu sugiro claramente que o panteão já tenha por certo essas quatro divindades, Njörð, Nerthus, Freyr e Freyja, futuramente farei estudos aprofundados e vou expor demais teorias e lógicas, espero que esse texto tenha sido produtivo e proveitoso para vocês, uma boa noite e até Sexta!
- Heiðinn Hjarta
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