O que você procura?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Os melhores amigos.

Boa noite estimados leitores, começo esta segunda feira entendendo ser necessário falar de um assunto pelo qual creio que todos nós conhecedores ou meramente curiosos da fé já passamos. Creio que todos aqueles que levam a fé no paganismo nórdico a sério devem ter observado os mitos, as eddas e observado o vasto clã divino dos Aesir e dos Vanir, e até alguns dos Jotuns, em busca de uma determinada entidade cuja qual mais se assemelhasse, em busca da chamada "divindade patrona/matrona", então para você parar de perder o sono com esse assunto vão aqui algumas dicas que dou baseado em observação ao comportamento alheio e por experiência própria.


Alguns apontamentos se fazem necessários. Para começar existe aquela dúvida, você escolhe ou é escolhido? Esse papo de escolher não é como você ir à prateleira de um supermercado e falar, hoje vou levar Thor para casa e amanhã vou levar Freyr, desculpe me desapontá-lo, mas não é assim não, deuses não são xampus.


Existem de fato pessoas que, ainda que não escolham, parecem ter uma afinidade incrível com certas divindades, e sim é possível dizer que pessoas podem, ou são, escolhidas por entidades, as sagas estão repletas de heróis que Ódinn dava toda a sorte para ele mesmo depois ir tirar a vida de seus campeões para levar para o Valhalla, e eles não são sutis, a menos que assim queiram, ao mostrar que escolheram alguém, isso se manifesta por meio de sonhos, coisas no dia a dia e pode aflorar em sua natureza e quando você percebe já está ao lado dele/dela.


O que leva uma divindade a escolher uma pessoa? Não me pergunte, não sou um Aesir nem um Vanir, e nem pretendo entendê-los de tal forma, deuses não são livros, você deve vive-los, mas suas motivações estão um pouco acima de nosso ponto de vista, somos bem limitados em comparação ao deles.


Voltando ao papo de escolher ao invés de ser escolhido, isso demora um tempo, dificilmente a primeira escolha é a certa, isso se dá por alguns fatores clássicos, o mais comum é a falta de conhecimento sobre a mitologia, outro é escolher sempre os mais populares acreditando serem mais fortes, tolice. Conheço pessoas que se aproximaram de divindades que não tinham nada haver com elas, mas que elas precisavam ter ao lado, talvez uma pessoa covarde e engenhosa que daria um ótimo Lokeano (o covarde não tem nada haver com o Lokeano) decidiu por buscar abrigo em Tyr, pois precisava acreditar mais em si e ter mais coragem para encarar as coisas de frente.


Conheço também pessoas que escolheram sua divindade pela afinidade que já tinham com ela. Incrível é que essas pessoas costumam até casar nos defeitos da divindade, é isso que chamo de afinidade. Mas óbvio não justifica você escolher Thor e se tornar um beberrão de cerveja ou hidromel, para beber cerveja ou hidromel não é preciso ter desculpas, apenas beba.


Superada essas explicações agora vem a pergunta, existe uma rejeição? Em todo esse tempo observei vários casos e posso dizer tranquilamente que a dúvida por parte do ser humano em questão e não algum sinal divino leva a essa rejeição. A falta de fé e de convicção na escolha da pessoa leva a essa "rejeição", como digo nem todo mundo é como Ódinn para acertar a lança de primeira. Essas dúvidas são boas, pois nos levam a explorar várias divindades e conhecer melhor esse mundo sagrado.


Algo também muito importante, mas muito mesmo! Não esqueçam que após escolher uma divindade as outras continuam existindo e estarão lá para te ajudar, são nossos amigos, nossos aliados e querem de certa forma o nosso bem, desde que não façamos nada para ir contra isso. Logo você pode muito bem depois de ter escolhido ou ter sido escolhido por Bragi, fazer uma oração ou um blót para alguma outra divindade se for algo fora do alcance de Bragi.


Outro fator importante, a divindade não é seu mestre absoluto supremo que vai te dar chibatadas e fazer chover gafanhotos no seu quintal se você fizer algo de errado, mais uma vez não são nossos mestres, mas nossos amigos e devemos honrá-los e respeitá-los tanto quanto a nós mesmos, nossos ancestrais e os demais seres que temos por sagrados.


Por fim, fica uma dica, ao menos que tenha reconhecido uma escolha equivocada ou precipitada, evite mudar sua escolha, não diria que os deuses são ciumentos, mas se quebrar sua palavra para com o próximo já é uma desonra, imagina quanto a uma divindade? Creio que ninguém gosta de ter por perto a desonra e dos desonrados, e quando digo ninguém é ninguém mesmo, sem erro.


Espero ter ajudado a tranqüilizar uns e esclarecer outros, no final das contas a escolha sempre será sua, boa sorte e se estiver em paz com ela, pode apostar que fez a escolha certa. Até quarta-feira.


- Heiðinn Hjarta

Nenhum comentário:

Postar um comentário