Aproxime-se pagão! Sente-se junto a fogueira de seu coração! Escute as vozes em sua mente e veja o que você entende! Sabedoria prometo passar aquele que com boa vontade se dedicar, um velho mundo novo prometo mostrar para aquele que seu lugar a fogueira encontrar...
O que você procura?
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Heindallr - Um olhar sobre horizonte.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Sobre Friðr e o motivo por estarmos aqui.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
O Troth.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Hoenir e Lóðurr - Os irmãos do Alföðr.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Sobre pureza e raízes.
Boa noite louvável visitante! Não importa de onde venha, que idioma fale, que cor tenha, que roupa vista, em que opiniões insista, será bem vindo enquanto se sentir bem vindo. Hoje segunda-feira é dia de abordarmos sobre questões importantes, que não morrem nem nascem conosco, mas já estavam antes de nós e vão se perpetuar até muito depois de qualquer Ragnarökkr.
Abordarei sobre um dos temas que mais incomoda, causa polêmica, e dor de cabeça, no meio do neo/paganismo nórdico, principalmente para iniciantes e curiosos. Falarei sobre hereditariedade, etnia, ascendência e descendência dentro da antiga/nova fé nórdica. E vou surpreender tanto quem deseja afirmar a velha opinião do “cada povo com sua fé”, até aqueles que defendem que a fé “só se limita na visão de quem a limita”.
Começaremos pelo próprio plano divino, há exemplo melhor que as divindades que cultuamos e respeitamos? Acredito que não. A princípio temos três tribos de origens distintas, Aesir, Vanir e Jötnar, essas três tribos tinham costumes diferentes, princípios diferentes e um conceito de correto e incorreto diferentes, suas descrições físicas, uns aos olhos dos outros também eram distintas e como anteriores a RAÇA humana, não pertenciam a qualquer grupo étnico desta.
Mas agora vamos ignorar esta crença e vamos acreditar que os três clãs eram três tribos que existiam pelo bloco geográfico da Eurásia, e vamos supor ainda que todas fossem caucasianas (brancas), ainda assim temos nas descrições claramente desde loiros a ruivos, desde pessoas de pele alva até pessoas de pele não tão alva assim. Temos ainda em nível sócio-cultural a presença dos Saami/Lapões influenciando as crenças do grupo nórdico por meio do xamãnismo, que ficou marcado nas práticas religiosas, sacrifícios, crenças, divindades compartilhadas com nomes diferentes e ainda na magia praticada pelos germanos/nórdicos sem esquecer também a figura do próprio Óðinn como xamã.
Agora voltemos ao plano mitológico e divino do tema, muitas vezes, divindades de tribos diferentes se casaram entre si, ou quando não o fizeram pularam a cerca, dando origem a outras divindades "mestiças". Podemos observar também que as divindades com seu comportamento, muito humano, sempre temeram e estranharam seus diferentes, tal como vemos a guerra entre os Aesir e os Vanir, tal como vemos os Aesir e os Jotuns e assim por diante, mas acabavam pondo de lado as diferenças e aceitar os diferentes, como a paz após a guerra Aesir-Vanir, Loki entre os Aesir e podemos citar, por exemplo, Thor e Járnsaxa, Óðinn e Fjörgyn, Freyr e Gerðr, Njörðr e Skaði, Freyja e os quatro Dvergr (Anões), ainda tínhamos todos os seres que desejavam Freyja (bom, mas acho que quanto a Freyja é a exceção da regra rs).
Bom em nível mundano e social o casamento entre tribos diferentes era algo bastante comum, interessando mais o que as famílias ganhariam entre si do que realmente a origem dos integrantes do casal. Ainda podemos lembrar que não havia uma preferência quando o assunto se tratava de sobrevivência ou necessidades, haja visto a passagem dos Visigodos e Ostrogodos por suas respectivas regiões, também as incursões de Anglos e Saxões
Além de que para finalizar do ponto de vista mais cético e científico. "Existe uma variação genética de cerca de 15% entre quaisquer dois indivíduos," segundo a escritora científica Deborah Blum. "Menos que a metade disso, cerca de 6%, é responsável pelas classificações raciais conhecidas.... Uma pessoa branca selecionada aleatoriamente, portanto, pode facilmente estar mais próxima geneticamente de um africano que de outro branco" .
C. Loring Brace, antropólogo da Universidade de Michigan, afirma que "raça é uma palavra de quatro letras sem nenhuma fundamentação na realidade biológica".
Após esses apontamentos posso concluir que há algo de errado na opinião de pessoas que sustenta quem a fé seja nos Aesir, seja nos Vanir, seja nos Jötnar, só é limitada a uma espécie e seus descendentes. Quando os deuses criaram Ask e Embla, eles criaram a RAÇA humana, não uma ETNIA dela. Então sim meu amigo, você pode ser de qualquer nacionalidade ou etnia e seguir esta fé, a única coisa que vai limitar sua ligação aos deuses será você e a sua visão quanto a isso. Quem limita não é exclusivo, quem limita é limitado.
Agora do outro lado, não considero que seja errado uma determinada etnia ou grupo étnico desejar manter a cultura que produziu e a herança que legou desde que mantenha algo de construtivo não só ao seu grupo, mas a toda a humanidade, afinal a progresso científico, cultural e social, enfim a evolução é o meio pelo qual se busca objetivo principal da raça humana, a sobrevivência. Xenofobia e racismo não podem ser atitudes progressistas, tão somente retrógradas ou estacionárias, o intercâmbio cultural fez nações crescerem e tudo de ruim que veio desse intercâmbio e globalização veio tão somente do ser humano, que pode ser um gênio ou um estúpido com qualquer sexo, idade, condição social, crença ou cor de pele.
Esgotado o assunto pelo uso do bom senso, espero que fique claro que essa fé não é para quem se limita, mas para quem busca vencer seus limites. E por fim relembro:
"Quem limita não é exclusivo, quem se limita é limitado".
- Heiðinn Hjarta
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Nossos Heróis - O Clan Hednir.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Holda - A Senhora das Bruxas.
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
As filhas de Embla.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Ajudando a Arvore Neo/Pagã.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Freyja - A Senhora das Valquírias.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Os melhores amigos.
Boa noite estimados leitores, começo esta segunda feira entendendo ser necessário falar de um assunto pelo qual creio que todos nós conhecedores ou meramente curiosos da fé já passamos. Creio que todos aqueles que levam a fé no paganismo nórdico a sério devem ter observado os mitos, as eddas e observado o vasto clã divino dos Aesir e dos Vanir, e até alguns dos Jotuns, em busca de uma determinada entidade cuja qual mais se assemelhasse, em busca da chamada "divindade patrona/matrona", então para você parar de perder o sono com esse assunto vão aqui algumas dicas que dou baseado em observação ao comportamento alheio e por experiência própria.
Alguns apontamentos se fazem necessários. Para começar existe aquela dúvida, você escolhe ou é escolhido? Esse papo de escolher não é como você ir à prateleira de um supermercado e falar, hoje vou levar Thor para casa e amanhã vou levar Freyr, desculpe me desapontá-lo, mas não é assim não, deuses não são xampus.
Existem de fato pessoas que, ainda que não escolham, parecem ter uma afinidade incrível com certas divindades, e sim é possível dizer que pessoas podem, ou são, escolhidas por entidades, as sagas estão repletas de heróis que Ódinn dava toda a sorte para ele mesmo depois ir tirar a vida de seus campeões para levar para o Valhalla, e eles não são sutis, a menos que assim queiram, ao mostrar que escolheram alguém, isso se manifesta por meio de sonhos, coisas no dia a dia e pode aflorar em sua natureza e quando você percebe já está ao lado dele/dela.
O que leva uma divindade a escolher uma pessoa? Não me pergunte, não sou um Aesir nem um Vanir, e nem pretendo entendê-los de tal forma, deuses não são livros, você deve vive-los, mas suas motivações estão um pouco acima de nosso ponto de vista, somos bem limitados em comparação ao deles.
Voltando ao papo de escolher ao invés de ser escolhido, isso demora um tempo, dificilmente a primeira escolha é a certa, isso se dá por alguns fatores clássicos, o mais comum é a falta de conhecimento sobre a mitologia, outro é escolher sempre os mais populares acreditando serem mais fortes, tolice. Conheço pessoas que se aproximaram de divindades que não tinham nada haver com elas, mas que elas precisavam ter ao lado, talvez uma pessoa covarde e engenhosa que daria um ótimo Lokeano (o covarde não tem nada haver com o Lokeano) decidiu por buscar abrigo em Tyr, pois precisava acreditar mais em si e ter mais coragem para encarar as coisas de frente.
Conheço também pessoas que escolheram sua divindade pela afinidade que já tinham com ela. Incrível é que essas pessoas costumam até casar nos defeitos da divindade, é isso que chamo de afinidade. Mas óbvio não justifica você escolher Thor e se tornar um beberrão de cerveja ou hidromel, para beber cerveja ou hidromel não é preciso ter desculpas, apenas beba.
Superada essas explicações agora vem a pergunta, existe uma rejeição? Em todo esse tempo observei vários casos e posso dizer tranquilamente que a dúvida por parte do ser humano em questão e não algum sinal divino leva a essa rejeição. A falta de fé e de convicção na escolha da pessoa leva a essa "rejeição", como digo nem todo mundo é como Ódinn para acertar a lança de primeira. Essas dúvidas são boas, pois nos levam a explorar várias divindades e conhecer melhor esse mundo sagrado.
Algo também muito importante, mas muito mesmo! Não esqueçam que após escolher uma divindade as outras continuam existindo e estarão lá para te ajudar, são nossos amigos, nossos aliados e querem de certa forma o nosso bem, desde que não façamos nada para ir contra isso. Logo você pode muito bem depois de ter escolhido ou ter sido escolhido por Bragi, fazer uma oração ou um blót para alguma outra divindade se for algo fora do alcance de Bragi.
Outro fator importante, a divindade não é seu mestre absoluto supremo que vai te dar chibatadas e fazer chover gafanhotos no seu quintal se você fizer algo de errado, mais uma vez não são nossos mestres, mas nossos amigos e devemos honrá-los e respeitá-los tanto quanto a nós mesmos, nossos ancestrais e os demais seres que temos por sagrados.
Por fim, fica uma dica, ao menos que tenha reconhecido uma escolha equivocada ou precipitada, evite mudar sua escolha, não diria que os deuses são ciumentos, mas se quebrar sua palavra para com o próximo já é uma desonra, imagina quanto a uma divindade? Creio que ninguém gosta de ter por perto a desonra e dos desonrados, e quando digo ninguém é ninguém mesmo, sem erro.
Espero ter ajudado a tranqüilizar uns e esclarecer outros, no final das contas a escolha sempre será sua, boa sorte e se estiver em paz com ela, pode apostar que fez a escolha certa. Até quarta-feira.
- Heiðinn Hjarta
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Hel a rainha dos mortos.
Busco em palavras o que traduz sua aproximação
Busco fugir, mas é contigo que me deitarei no chão
Vejo as quatro estações lentamente passarem
Ouço com a mesma pressa seus passos chegarem
Não existem heróis que sejam imbatíveis,
Não existem vilões que sejam invencíveis,
Não há um refúgio para a sua chegada
Posse estar distante ou em minha morada
Você irá me encontrar e irá me levar
A natureza é perfeita e devo me conformar
A morte da casca é o renascimento da alma
Apenas desejo atravessar o seu rio em calma
Sem me preocupar com o que deixei de fazer
Mas me orgulhar com o que pude aprender
Desejando viver junto a minha família ancestral
Sem me preocupar em ter voltar do umbral
Não vou gritar, seus ouvidos são de pedra
Não vou chorar, para um coração que congela
Talvez que queira estar no meio de uma guerra
Talvez seja meu destino, cair antes por terra
Mas é essa aceitação que me faz lembrar
O que a vida ainda tem a me ensinar
Cada momento que devo aproveitar
Cada experiência que devo carregar
Para poder os meus descendentes ajudar
Quando meu corpo não mais respirar
Que eu não fique aqui como uma alma penada
Que eu não tenha de passar pela terrível Caçada
Espero que até esse dia você me renove
Tantas vezes eu precise até ser nobre
E não ser como aqueles que falharam
Poderiam ter mudado e apenas se acomodaram
E agora vagam em eterna lentidão
Vivendo uma eterna estagnação
Se negando a vida pela ociosidade
Vivendo a morte pela própria vontade
- Heiðinn Hjarta
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Hel - A dama dos mortos.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Morte no Paganismo Nórdico
Morte nos tempos antigos dos nórdicos era associada com variáveis costumes e crenças. Não há só maneiras diferentes de realizar um funeral viking, mas também há várias noções de alma e para onde vão os mortos em sua pós-vida, como Valhalla, Fólkvangr, Hel e Helgafjell.
A alma.
Há pelo menos duas interpretações correntes conhecidas de alma pelos contos das antigas crenças nórdicas. O ultimo suspiro que uma pessoa dá era entendido como a evaporação do princípio da vida em uma fonte de vida que era primitiva e comum, e que estava no mundo dos deuses, natureza e no universo. Há também uma “alma livre” ou “alma onírica” que poderia somente deixar o corpo durante momentos de inconsciência, êxtase, transe e sono. A alma consciente compreendia tanto as emoções quanto a vontade e estava localizada no corpo e só podia ser liberada quando o corpo era destruído através de decomposição ou imolação. Quando o corpo jazia, a alma consciente poderia começar sua jornada para o reino dos mortos, possivelmente usando a alma livre como intermediária.
Funeral.
Os objetos funerários tinham o mesmo tratamento que o corpo, para poder acompanhar a pessoa morta em sua pós-vida. Se uma pessoa era imolada, então seus pertences funerários deveriam ser também, e se o falecido fosse enterrado, seus objetos seriam enterrados com ele também. O local de enterro de usual para um Thrall não era provavelmente maior que um buraco no chão. Ele era provavelmente cremado de uma forma a garantir que tanto ele não retornasse para assombrar seus mestres como que ele pudesse ser usado por seus mestres depois que eles morressem. Escravos as vezes eram sacrificados para serem úteis no pós-vida. A um homem livre eram dados usualmente armas e equipamentos para cavalgar. Um artesão, como um ferreiro, poderia receber seu conjunto de ferramentas. Mulheres eram providas com suas jóias muitas vezes com os objetos para suas atividades tanto domésticas quanto pessoais. O mais suntuoso funeral Viking descoberto é o navio-jazigo Oseberg, que era de uma mulher obviamente de elevado status social, que viveu no século IX.
Era comum queimar corpos e as oferendas mortuárias numa pira, que a temperatura alcançava
No século VII um dia após a morte da pessoa, era celebrado o sjaund, ou brinde funeral, pois envolvia beber ritualisticamente. O brinde funeral era uma forma de demarcação social da questão da morte. Somente após o brinde funeral que seus herdeiros poderiam legalmente clamar a sua herança. Se o falecido fosse a viúva ou o chefe do lar, o legítimo herdeiro poderia assumir o trono e assim marcar sua mudança como autoridade.
Culto aos antepassados.
Um túmulo é muitas vezes descrito como moradia dos mortos, e era também o local do culto aos antepassados. A tradição de colocar comida e cerveja no túmulo sobreviveu nos tempos atuais, em algumas partes da Escandinávia. Esta tradição é uma lembrança do culto aos antepassados que era comum durante o início da cultura nórdica. Se os mortos eram bem cuidados, eles poderiam retornar para proteger o lar e seu povo, provendo a eles fertilidade.
Pós-morte
Os cultos aos ancestrais na Escandinávia antiga parecem contradizer outra idéia, que o falecido partia em uma viagem para o reino dos mortos, um reino que poderia estar situado dentro de uma montanha, no outro lado do mar, nos céus ou no submundo. Não há uma lógica conectando esses dois complexos de idéias, e os estudiosos não têm nenhuma resposta para se o morto permanecia no túmulo por um tempo e depois partia para o mundo dos mortos, que era onde seu espólio estava, ou se o navio transportava o falecido para o reino dos mortos.
Helgafjell
Helgafjell, “a montanha sagrada” era uma idéia de vida após a morte que aparecia nas fontes nórdicas do oeste. Esta montanha poderia ser uma formação montanhosa na vizinhança, e era tão sagrada que as pessoas não poderiam olhar em sua direção sem antes lavar o rosto. Na montanha sagrada, os integrantes dos clãs nórdicos levavam uma vida semelhante a que eles haviam tido vivido no mundo mortal. Alguns médiuns podiam olhar para a montanha e o que viam não era assustador, mas era um cenário com uma fogueira quente, onde bebiam e conversavam.
Hel
Essa concepção está em contraste gritante com reino de Hel, a sombria morada subterrânea governada por seu homônimo azul e preto a gigante Hel. O reino de punição era uma praia feita de cadáveres chamada Náströnd dentro de Hel. Seu mundo é separado do dos vivos por uma corredeira denominada Gjöll (retumbante), através do qual está Gjallarbrú uma ponte sobre o rio, por qual os mortos devem passar. Os portões são pesados, e fechando atrás daqueles que passam para nunca mais retornarem. Hel é o destino final para aqueles que não morrem em batalha, mas por idade ou doença. Não há razão para supor que as idéias de Hel são coloridas por influências cristãs que ensinava que havia um reino de punição que se opunha ao paraíso. A palavra Helviti, que ainda é o nome do Inferno no escandinavo moderno, significa “punição de Hel”. Não é certo que a noção pagã de Hel-Inferno era tão escura e sombria para os pagãos escandinavos. No Baldrs draumar, nós lemos que Hel tinha decorado uma generosa mesa quando ela esperava por Baldr para adentrar em seu salão. Ainda, é provável que não era um destino atrativo, como as sagas contam de guerreiros que cortavam a si mesmos com lanças antes de morrer a fim de enganar Hel para pensar que haviam morrido de forma heróica
Valhalla
Valhalla
Fólkvangr
Fólkvangr é um campo pós-morte sob o domínio da deusa Freyja, que escolhia metade daqueles que morriam em batalha para morar com ela lá. De acordo com o poema da Poetic Edda, Grímnismál:
Fólkvangr é o nono, lá Freyja comanda
As audiências no salão.
Ela escolhe a metade dos mortos cada dia,
Mas Odin tem a outra metade.
Morte e ritos sexuais
Em fontes primitivas existe um complexo adicional de crenças que está conectado com a vida após a morte: A morte poderia ser descrita como um abraço erótico entre o homem morto e a dama que representa a sua vida. Esta dama era sempre Hel, mas também poderia ser Rán que recebia os que morriam no mar. As nove filhas de Rán são descritas como parceiras eróticas na morte. Há uma boa razão para acreditar que esses elementos eróticos não são só lucidez de Skalds, mas autenticas noções pagãs. No poema do século IX Ynglingatal, há várias estrofes onde os reis são ditos estarem “no abraço de Hel”. Várias sagas e poemas de Skalds descrevem mortes em batalha ou no mar com terminologia erótica. Os Skalds louvavam os bravos guerreiros do mar que lutavam em vão contra as forças da natureza, mas finalmente tinham que dar a torcer, e finalmente se deitavam na cama de Rán ou eram abraçados pelas suas nove filhas.
Várias imagens de pedra de Gotland mostram cenas que aludem a morte e erotismo, e as pedras são falos cerimoniais de dois a três metros de altura em memória dos mortos. As pedras têm sua superfície ricamente decoradas e elas têm um tema na sua parte superior: Uma cena de boas vindas ao reino dos mortos entre um homem e uma mulher. A mulher oferece um chifre de libação ao homem que chega montado no Slepinir. O que torna isto possível conectar as imagens para as fontes literárias, entre outras coisas é a forma do homem. Ele tem uma forma fálica. A cena pode descrever o falecido que está se unindo a Hel ou Rán. É principalmente reis e chefes que são retratadas com uma morte erótica, mas também a morte de um herói pode ser retratada da mesma forma.
No conto do testemunho de Ibn Fadlan do funeral viking, há a descrição de uma mulher escrava que seria sacrificada e que teve que passar por vários ritos sexuais. Quando o líder foi posto no barco, ela passou de barraca em barraca onde visitou guerreiros e comerciantes. Cada homem lhe dizia que eles fizeram o que fizeram por seu amor ao chefe morto. Finalmente, ela entrava em uma tenda que havia sido levantada no navio, e nela seis homens tinham relação sexual com ela antes que ela fosse estrangulada e apunhalada. Os ritos sexuais com a escrava mostravam que ela era considerada um receptáculo para transmitir a força do chefe morto.
A conexão entre morte e erotismo é provavelmente antiga na Escandinávia, e para atestar isso numerosas “pedras brancas”, grandes pedra fálicas foram erguidas sobre os túmulos. A tradição remonta ao século V, e no total 40 dessas pedras foram descobertas, e a maioria na costa sudoeste da Noruega. É possível que a morte requeresse uma porção extra de fertilidade e erotismo, mas também que os vivos recebiam força dos mortos. O pensamento pode ser de que a vida e a morte têm a mesma origem, e se uma pessoa morria, a fertilidade e a vida futura do clã seriam garantidas.
Original com referencias e notas em inglês traduzido por Heiðinn Hjarta: